sexta-feira, outubro 30

Meditações da mulher

Um Castigo Diferente

Todos os Teus filhos serão ensinados do Senhor. Isaías 54:13.


Desde o tempo em que era bem jovem, minha mãe, estudiosa das Escrituras, ficava encantada com a verdade que encontrava nelas, e queria contá-las a todo o mundo. Nas tardes de sábado, saía de casa em casa pela vizinhança, oferecendo estudos bíblicos às pessoas.

Em pouco tempo, mamãe teve muitas casas para visitar, lições preenchidas para recolher e perguntas sobre a Bíblia para responder aos que estavam estudando. Eu tinha apenas 6 anos de idade, e me agitava e inquietava facilmente, de modo que fui escolhida para ir com mamãe nas suas visitas, enquanto minha irmã mais velha ficava em casa para cuidar de nossa irmã menor. Para uma criança inquieta como eu, era muito difícil acompanhá-la, e suas explicações, por mais curtas que fossem, me deixavam cansada.

Certo dia, um homem muito arrogante, falando com a máxima diplomacia, disse que queria parar de fazer o curso bíblico. Explicou que para ele, como advogado, era muito difícil discutir assuntos com alguém com tão pouca instrução como minha mãe, que havia estudado apenas até a quarta série. Ele disse: “A senhora sabia que, na ciência, há muita discussão acerca de qual veio primeiro, o ovo ou a galinha?”

Minha mãe ouviu em silêncio, com atenção. Já impaciente com a conversa, deixei escapar: “Que diferença faz? Tanto o ovo como a galinha precisam de um Criador, certo?”

O homem pareceu interessado e acrescentou: “Isso é verdade; parece tão simples, que até uma criancinha pode responder.” E, com isso, decidiu continuar os estudos.

Esses estudos, entretanto, sem que eu tivesse consciência do fato, se tornaram muito importantes na minha vida. Quando eu estava com 9 anos de idade e tinha um irmãozinho em casa, eu queria ficar para brincar com as crianças, mas não era assim que mamãe pensava. Entediada com os estudos que duravam mais de uma hora na casa de uma senhora com deficiência física, decidi realizar uma escolinha para as crianças da vizinhança. Agora sim, eu ficava eufórica! Podia contar histórias e cantar com elas! Desse modo, a cada semana, eu passava o tempo livre procurando figuras para as histórias.

O que significou isso na minha vida? Ainda gosto de trabalhar com crianças. Que maravilha que o “castigo” da minha mãe para sua filha inquieta e agitada fosse tão sábio, a ponto de produzir frutos e tocar a vida de tantas crianças!

Sônia Maria Rigoli Santos

Meditações da Mulher
Do livro "Sussurros do Céu" da Casa Publicadora Brasileira

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